terça-feira, 29 de novembro de 2011

O punhal na porta




Sonhei com um punhal cravado na porta da minha Escola de Datilografia.

O punhal cravado, segurava um bilhete, a porta sangrava, o bilhete dizia:
"Vá embora!"


O sonho me assustou tanto que não tive dúvidas. Coloquei a mudança no caminhão e mudei para Botujuru. Afinal, já haviamos sido assaltados duas vezes.Também já haviam entrado em nossa casa e, tentado agarrar minha esposa na rua. Parque Santa Madalena 1980.

Anos depois estava num ônibus. O Sr. João Rosa, que nos anos 80 foi presidente da Favela do Parque Santa Madalena, sentou-se ao meu lado e disse:

-Oi defunto!

-Quê ???

-Você nem sabe, não é ?

-Sabe o que???

-Quando você mudou do Madalena, a sala   em que tinha escola, tornou-se  um "Ponto Comercial". Imediatamente outro professor colocou na mesma sala, outra escola de datilografia. E este professor foi assassinado. Eu não sabia da sua mudança. Quando soube que o professor de Datilografia do Madalena foi assassinado eu fui ao seu velório. Quando cheguei lá o defunto era branco!

A vida é uma máquina de escrever. Nós somos a teclas, o papel é o destino e, Deus é o datilógrafo, escrevendo a nossa história.

Nenhum comentário:

Postar um comentário