Morava em Botujuru, segunda estação de trem após Francisco Morato, na estrada de ferro Santos Jundiaí. Trabalhava no Centro de São Pualo, no Bairro da Bela Vista, no 11. Cartório de Registro de Imóveis.Á noite tive um sonho: Era um grupo de crianças negras, mal tralpilhas dormindo em uma cama grande igualmente pobre. O lugar era feio e triste. Sobre um velho fogão, panelas vazias indicando fome. Um rato corre sobre o fogão, derruba a panela torta e suja. Eu acordo.
Contei para minha esposa, juntos nos ajoelhamos à beira de nossa cama. Pedi a Deus em oração, que ele me mostrasse onde estava aquela situação, aquela necessidade, para que nós pudessemos ajudar.
-"Irmã Gercina" - Foi a resposta.
Teria que entrar no Cartório às 9hs da manhã.Sai de Botujuru no primeiro trem rumo ao Parque Santa Madalena, Zona Leste - São Paulo, nossa antiga moradia.
Não sabia onde morava a Gercina, tinha uma vaga idéia, lembrança de onde era seu barraco na rua H, na Favela.
Bati no primeiro barraco que me ocorreu. Havia um degrau que deixava a soleira da porta, abaixo do nível da rua. A irmã Gercina atendeu.
- A paz de Deus irmã... Desculpe incomodar esta hora, mas Deus me mostrou uma parte....
Antes que eu pudesse, continuar, por cima do ombro da mulher magérrima, vi no interior do casebre, exatamente a cena do sonho: As crianças dormiam na cama maltrapilha e o rato correndo sobre o fogão, derrubou a panela.
Blog lindo tio, li tudo!
ResponderExcluirA vida não é só isso que se vê...é um pouco mais!
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