sábado, 19 de novembro de 2011

Poesia inédita


Sonhei que estava em frente ao edificio Joelma na Avenida Nove de Julho em São Paulo. Na época meu pai morava naquelas imediações.

O farol se abriu para nós, pedestres, e junto com outros, iria atravassar na faixa.

Mas, do outro lado das pistas estava de pé CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE. Sem mover os lábios, ele meneou a cabeça dizendo que não.

Entendi que eu não deveria atravessar da mesma maneira que os demais.
Coloquei-me de quatro no chão e atravessei a faixa de pedestres engatinhando.

Olhei para ele e sem mover os lábios ele me disse:

"É necessário que haja homens virgens, para com vigor,
 manter as virtudes da vida"

Me emocionei, achei a frase linda, quando me levantei para vê-lo, um onibus com propaganda passou entre eu e Carlos, ao passar o ônibus ele havia sumido.

Acordei com o rádio de minha casa ligado, o locutor gritava:

-Morre Drummond !

Eu nem sabia que o poeta estava doente.

Nenhum comentário:

Postar um comentário